Repetição e Gradualidade, a delícia da tortura

A excitação começa longe...

Os cabelos, os braços, o pescoço, as coxas, a boca, os punhos, os tornozelos, a bunda, a barriga, o umbigo, os seios e toda a extensão da pele.

Uma pluma, um pincel, uma lâmina.

Como avisos, são sinais de sadismo

O tempo por si só intensifica cada detalhe, é preciso tempo.

Aprisionamento gera te(n)são pela permanência.

O mesmo tapa já não é o mesmo que o centésimo, esse é o melhor.

O açoite seguinte sempre atiça mais que o anterior, mesmo sendo igual.

Como estratégia, são manifestções de sadismo.

A tortura é gradual por estrutura, onde a repetição aumenta o sofrimento.

A gradação, não só da intensidade, mas da quantidade, amplia o seu efeito.

A escrava, por sua condição, deve ser conduzida ao estágio onde possa ansiar por mais, excitar-se, e assim submeter-se.

"Conquistar o supérfluo é mais prazeroso do que a conquista do necessário.
O necessário é dever e dever não é prazer.
Ser homem é ter desejos, não necessidades."

Miguel Gontijo: http://www.miguelgontijo.com/